O HOMEM TAMBÉM DEVE SE PREPARAR PARA ENGRAVIDAR
A infertilidade conjugal pode ser uma das mais difíceis experiências da vida de um casal, interferindo em todos os aspectos de suas vidas e acarretando, muitas vezes, em transtornos irreparáveis ao relacionamento matrimonial.
A infertilidade conjugal acomete de 10 a 20% dos casais, sofrendo variações em função de diversos aspectos, como a população avaliada e a idade da mulher.
Diversos são os fatores que podem comprometer a fertilidade masculina: genéticos, varicocele, infecciosos, idade, medicamentosos, doenças sistêmicas, ambientais e comportamentais. Nos últimos anos, inúmeros estudos têm apontado a importância dos fatores ambientais e comportamentais na subfertilidade masculina: pesticidas, poluição, radiações, calor excessivo, tabagismo, etilismo, estresse, obesidade, metais pesados e influência dos fatores dietéticos ( papel do folato, vitamina E, selênio, zinco e outros antixoxidantes).
Todos esses agentes agressores podem causar dano ao espermatozóide, o que pode levar a uma diminuição da taxa de fertilização, aumento da taxa de abortamentos e diminuição da qualidade do embrião.
O equilíbrio entre o estresse oxidativo ( capacidade de produzir radicais livres) e o potencial antioxidante garante o funcionamento adequado dos espermatozóides.
O desequilíbrio nessa relação vem sendo demonstrado em pacientes com infertilidade e relacionado com causas específicas, como varicocele e deficiência de fatores dietéticos, fornecendo novas informações e determinando o papel do emprego da reposição de folato, vitamina E, selênio, zinco e outros antioxidantes no tratamento da infertilidade masculina.
Algumas situações podem elevar os níveis de radicais livres, gerando danos ao DNA do espermatozóide ( tabagismo, etilismo, medicamentos e obesidade).
Esse equilíbrio é mantido pela presença de antioxidantes que bloqueiam parte da ação dos radicais livres e mantém esse processo em níveis adequados. Assim sendo, o emprego de antioxidantes pode ser importante para a prevenção e/ou tratamento de altos níveis de radicais livres e de danos ao DNA espermático, podendo ajudar no tratamento da infertilidade masculina.
Inúmeras publicações demonstram que a associação do uso de ácido fólico ( substrato para a formação do DNA) pode promover menores índices de espermatozóides com aneuploidias. Inúmeras evidências científicas recentes demonstram que a suplementação dietética com antioxidantes e ácido fólico pode ajudar, de forma preventiva e/ou terapêutica, a melhorar os parâmetros seminais de pacientes portadores de alterações espermáticas.
O exame da fragmentação do DNA espermático é uma importante arma na investigação das causas de infertilidade masculina. A causa mais comum para a alteração nesse resultado pode estar associada ao aumento dos níveis de radicais livres( ROS) e, consequentemente, um aumento na reação de estresse oxidativo. O dano do DNA espermático pode aparecer mesmo em homens com análises seminais normais. Os níveis aumentados de fragmentação de DNA espermático podem correlacionar-se negativamente com taxas de gravidez, baixos índices de sucesso em tratamentos de reprodução assistida ou ainda perdas gestacionais recorrentes.
O ginecologista geralmente é o primeiro profissional procurado pelos casais com infertilidade conjugal, bem como pelos casais que desejam um aconselhamento pré-natal, mesmo antes de iniciar as tentativas de engravidar. É fundamental o emprego de vitaminas e minerais com propriedade antioxidante para os parceiros de mulheres que desejam engravidar, da mesma maneira que já se tornou rotina o uso do ácido fólico para as mulheres que desejam gestar.